Inicio este artigo argumentando e advogando que a realidade é que somos uma totalidade, sem separação entre o psíquico e o físico, e todo o tipo de sofrimento certamente levará a um desequilíbrio desta unidade.
Portanto, mente e corpo, são de fato uma única realidade, e isso já vem sendo dito desde os remotos tempos do filósofo Sócrates, o que se deixa uma questão a pensar: “em que momento a humanidade desacreditou disto?”. Talvez neste ponto resida o grande erro da medicina moderna com seu arsenal cada vez mais potente de psicofármacos.
A quantidade de remédios existentes para atenuar o sofrimento do paciente nas mais diferentes manifestações é incontável. Ocorre que, desde a fadiga, agitação, insônia, anorexia, perda de peso, desconcentração, diminuição de interesse de si próprio, para tudo, enfim, há uma cápsula “mágica” que tem o poder de trazer o paciente de volta ao estado de “felicidade”. Nesse rumo, cristalina que as razões do sofrimento que o indivíduo pode estar vivendo, a falta de sentido da vida, o atrofiamento das condições vitais, tudo inexiste diante da “magia” da cápsula.
O fato verdadeiro talvez seja o de que vivemos uma realidade onde cada vez mais os médicos e os psicólogos não têm tempo de ouvir os enredos e dramas de vida de tantos pacientes. A esse propósito, basta ver o cenário: o remédio desempenha um papel bastante prático, pois independentemente do que esse paciente possa estar vivendo e sofrendo em termos existenciais, a cápsula “mágica” irá trazer a ele novamente a “felicidade”, inclusive questionar conceitualmente o significado dessa “felicidade” trazida pelos psicofármacos não se faz necessário, havendo apenas a necessidade de intervenção medicamentosa e de sua “eficácia”.
Vale esclarecer que até mesmo os possíveis efeitos colaterais são desconsiderados nessas análises, existindo lugar apenas para a reflexão dos efeitos e da “eficácia” medicamentosa. Tudo o mais passa a ser meros sonhos de um punhado de idealistas que ainda se atrevem a questionar e até mesmo publicar trabalhos que evoquem a necessidade do resgate da dignidade humana na compreensão dos distúrbios emocionais. De fato, os interesses de multinacionais farmacêuticas ceifam a tudo e a todos no seu afã de lucratividade, não permitindo divagações que tentem impedir o avanço desse nível de atuação. Vale lembrar que essa avalanche medicamentosa é algo de uma alienação imensurável, para dizer o mínimo.
E o que é mais grave é que a base de sustentação dessa prática humilhante, empreitada pelas multinacionais farmacêuticas, é a prescrição médica, doutrinada para receitar aquilo que os laboratórios farmacêuticos impõem e determinam.
Por fim, os médicos, em realidade, com seus pacientes é medicá-los sem dar ouvidos às suas queixas e dramas existenciais, ou seja, agem com os ditames soberanos da medicação.
Termino solicitando ao leitor pesquisar, ler e estudar sobre os efeitos placebo e os efeitos da hipnose na mente e no corpo humano. SEM MAIS. hipnoterapia